É muito comum se observar professores Brasil a fora tirando um “tempinho” no meio do expediente no horário de uma aula para tomar aquele cafezinho básico. Na verdade, não há outra justificativa que não a de ficar um pouquinho a mais para saber das novidades com os colegas. Professores que se aproveitam do atraso de alguns colegas superiores na entidade e, não entram na sala sem que a sineta (campainha) seja tocada. O professor não assume seu papel com responsabilidade. Esperar o diretor chegar para que se toque a sineta é um verdadeiro sinal de que pessoas importantes para o futuro de um Brasil competente estão pouco preocupadas com este desenvolvimento.
Alguém teria a coragem de chegar para relatar que o sistema é o principal responsável por esta prática abusiva aplicada por um professor em seu ambiente de trabalho. Até pode ser. Não discordo ou concordo com esse pensamento.
Tenho tentado ser o mais coerente possível, não apenas coerente, mas fiel ao que me postei aceitar como profissão. É claro que levei um certo tempo para descobrir a importância de ser um profissional que vestiu a camisa para assumir que a categoria não é um campo comercial pecuniar. Aliás, já ouvi muitos colegas da profissão dizer que trabalham por amor. Pura filosofia. Descobri que na verdade se trabalha por amor ao dinheiro. Sim, e posso comprovar minha descoberta. Todos os dias, ouço colegas dizer: - agente trabalha tanto e não é recompensada; - o salário é uma m..........; - só recebemos ordens de mais trabalho. Se isso não comprova o verdadeiro sentido de se “trabalhar por amor”, o que seria então trabalhar por amor ao dinheiro?
Pessoalmente, tenho feito com que meus colegas percebam, de forma voluntária, que nossa responsabilidade vai além daquilo que possamos considerar como responsabilidades de um professor. É claro que não somos tão perfeitos. Cometemos sim algumas irregularidades, porém não em constância. Imprevistos acontecem. Por sermos de uma espécie que se aproveita de qualquer recurso que seja para burlar a essência de nossos deveres, aceitamos cometer alguns erros e ainda justificamos que faz parte de alguns direitos que temos. Que espécie, hein!!!
Falando assim, parece até que sou o “X-9” da categoria. Na verdade, sou a ovelha negra, aquela que assume suas responsabilidades, a ovelha negra daqueles que odeiam a profissão, dos que não se vêem mais em outra área profissional, mas continuam aumentando o descaso da escola pública porque acreditam que ENSINAR é única coisa que sabem fazer. Sabe o que é pior? Ainda dizem que professor é uma classe muito desunida. Que não precisam participar de movimentos grevistas, já que se os que participam ganham as reivindicações, eles também ganham sem precisar mostrar as caras. Chego a perder o senso ao ouvir tais bizarrices. Talvez eu tenha usado um tom meio de revolta ou de desabafo em minhas palavras, é que se torna revoltante caminhar junto da verdadeira Ovelha Negra da categoria.
Após apresentar situações que representam a realidade da maioria dos profissionais da área, eis aí a principal perda do tempo de hora/aula nas escolas da rede pública de ensino no Brasil.
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