31 maio, 2011

ASSUMINDO RESPONSABILIDADES

A professora norte-rio-grandense, Amanda Gurgel, que utilizou a mídia para revelar os direitos reivindicados pela Classe de Professores daquele estado, através de uma audiência pública realizada na assembleia legislativa do Estado do Rio Grande do Norte, para discutir a respeito do Piso Salarial e outras questões educacionais naquela unidade da federação, disse que o país deveria disponibilizar cerca de 10,0% (dez por cento) do PIB nacional para a educação em benefício da valorização do professor. Parece ótima a reivindicação da professora, porém, precisamos entender o cálculo que a mesma realizou para analisar a disponibilidade de recursos reivindicados. Não entendemos como simples essa questão. Como professor da mesma área da professora – língua portuguesa – produzir palavras e formar frases para se compreender um texto é tão simples como se levar uma colher de comida à boca, desde que o agente dessa ação disponha de alimentos em sua casa. Porém, traduzir esse texto em números é um processo mais complexo, o que nada nos impede de realizar algumas operações simples. É claro que não podemos esquecer que vivemos num país capitalista e, para muitos, o que importa é o ter. Aqueles que têm incumbência de nos representar não agem de forma correta. Por isso vemos aí a camuflagem da corrupção. Talvez fosse mais fácil ou nem precisaríamos cobrar esses direitos se a honestidade acompanhasse os homens públicos que representam o nosso Brasil. Para ser mais arredio, temos uma JUSTIÇA que não faz jus à etimologia que o próprio nome carrega, não é? Nomes importantes do mundo político no Brasil estão em destaques nas principais páginas policiais de jornais em todo o país. O que a JUSTIÇA faz? Se esconde atrás de liminares julgando-se ser impotente aos recursos que as Leis dispõem para acobertar seus infratores. Nesse caso, não podemos esperar muito de um país onde Os homens que criam as Leis são seus principais infratores. Sabendo eles que existem prerrogativas que os protegerão. Por que ter medo de infringi-las? Por quê? Professora, aplaudi seu discurso de revolta quando o assisti através de uma emissora de TV, e pude perceber que suas palavras revelaram a realidade da educação em todo o país e, quando se trata de salário, o Estado do Ceará anda a passos de tartarugas em relação ao potiguar. Enquanto V. Srta. recebe R$ 930,00, na cidade de Icó, Centro Sul cearense, pelo mesmo tempo de serviço (20 horas semanais), um professor trabalha por R$ 594,00, que com a adição de 35,0%, referente à graduação chega a R$ 802,00, somados a 10,0% dá um total bruto de 882,00, subtraindo-se mais de 8,0% que compreende a um total líquido de cerca de R$ 811,00. Nossa realidade é um pouco mais estarrecedora que a vossa. Estamos sim buscando por melhorias salariais, através de entidades representantes da categoria como sindicatos, pois também contribuímos de forma legal para que uma entidade de classe possa nos representar, reivindicando nossos direitos e buscando meios para que a categoria possa ser, um dia, valorizada. Não medimos esforços, porém temos a certeza que todas as reivindicações sugeridas dependem da boa vontade dos gestores municipais que nos representam. Estamos na luta pelo reconhecimento da categoria. Emissoras de TVs estão propagando, através de convenho, vídeos de reconhecimento e valorização daquilo que o professor é, mas não o fazem com a aquilo que o professor precisa ter e ser. Pois sabemos que em meio a todas as conquistas há sempre “Um Bom Professor”.

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