Vários dirigentes municipais
de educação marcaram presença na Câmara dos Deputados esta semana. O
intuito? Participar da mobilização em defesa dos 10% do PIB para a
Educação, durante leitura do substitutivo do Projeto de Lei 8035/ 2010 –
Plano Nacional de Educação (PNE), realizada pelo relator da matéria,
deputado Angelo Vanhoni (PT/PR).
A leitura foi concluída no fim da tarde dessa quarta-feira (30). O anúncio da Meta 20,
já esperado, não agradou: “Ampliação do regime de colaboração de
investimento público em Educação de, no mínimo, 7,5% direto e, no
mínimo, 8% de investimento total”.
Mesmo assim, a mobilização dos
dirigentes da Undime, da Campanha Nacional pelo Direito à Educação e da
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) foi
importante e bastante significativa. Durante a sessão, o presidente da
Comissão Especial do PL 8035/ 2010, deputado Lelo Coimbra (PMDB/ES) e o
relator citaram a participação da Undime e agradeceram as contribuições
feitas ao texto.
A presidenta da Undime Região Sudeste e
Dirigente Municipal de Educação de Cariacica (ES), Célia Maria Vilela
Tavares, teve a oportunidade de expressar a posição da entidade. “Não há
Educação sem investimento. Existem estudos que comprovam: são
necessários 10% do PIB para que alcancemos as metas previstas no Plano”.
Mudanças no texto – A Meta 4
do PNE, que trata da universalização, para a população de 4 a 17 anos,
do atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, gerou
polêmica. Enquanto entidades como as Apaes e Pestalozzi apoiaram o texto
do relator que garante “atendimento educacional especializado em
classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou comunitários,
sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for
possível sua integração nas classes comuns”, movimentos educacionais que
defendem a educação inclusiva divulgaram manifesto contrário ao texto final.
Com referência à Meta 5
que trata da alfabetização de crianças, a nova versão do relatório
determina que todas as crianças devem ser alfabetizadas até, no máximo, o
final do terceiro ano do ensino fundamental. Para conhecer, a posição
da Undime sobre o tema, clique aqui.
A votação do relatório está prevista
para os dias 12 e 13 de junho, devido ao feriado da próxima semana.
Quando anunciadas as datas, alguns deputados reclamaram. “Não podemos
ficar postergando a votação do Plano desta forma”, ponderou a deputada
Dorinha Seabra (DEM/TO).
Nos dias em que o Plano for votado, a
mobilização e a participação dos dirigentes municipais de Educação mais
uma vez é importante. “Este é o momento e a oportunidade que temos para
pressionar os parlamentares e convencê-los de que para garantir
qualidade na Educação pública para os próximos dez anos serão
necessários 10% do PIB. É preciso que eles [governo] entendam que a
defesa é pelos 10% ao longo dos dez anos, de forma gradativa”, explica a
presidenta da Undime, Cleuza Repulho.
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