10 maio, 2012

Cúpula da Vergonha Nacional

Numa audiência para discutir a forma de divulgação dos índices do Ideb, a UNDIME e alguns deputadores federais, são contrários às placas e cartazes nos flanelógrafos em corredores das unidades de ensino.

Segundo a justificativa dos mesmos, isso inibiria e constrangeria os alunos e ainda os levaria a querer mudar de escola, caso sua unidade apresentasse um índice "ruim".

Dizem ainda que reuniões precisam ser agendadas para trazerem os pais para o âmbito escolar como meio de informar-lhes as condições que a escola vivencia. Pois ao trazer os pais para o interior das escolas possibilitaria aos mesmos uma forma de interagir com a educação dos filhos. Na verdade, a intenção é mesmo fazer com que os pais mantenham seus filhos na escola pública.

Me pegunto: como trazer esses pais para dentro das unidades de ensino se as mesmas não estimulam sequer os filhos como alunos?

Escolas municipais que o digam. Em péssimo estado de conservação pela falta de planejamento e estratégias das autoridades representates.

Os gestores públicos são totalmente contrários à nova forma de divulgação dos índices, porque sabem que o caos está instalado pela falta de programas para a melhoria das escolas públicas. Eles como os principais responsáveis pela busca de recursos para favorecer a educação pública nacional, só correm atrás do benefício próprio.

Educação e saúde são as principais necessidades de uma sociedade para se manter apenas com o básico. Como os representantes não têm projetos para essas áreas, e muito pouco têm se preocupado com a situação, fazem mesmo é pouco caso dos fatos, agora querem conseguir uma manobra para esconder a realidade da falta de compromisso que sempre tiveram, principalmente com a educação.

O Secretário de Educação do Pará e representante do Consed, Claudio Cavalcanti Ribeiro: “Se a escola tem um índice baixo no Ideb, colocar uma placa reafirmando isso é uma forma de tirar o aluno da escola pública e levá-lo para particular".

É verdade. Porém, se este mesmo tiver filhos, por favor nos diga em qual dos ensinos os mesmos estudam, se no público ou no privado."

Desafio a qualquer político provar que seu filho ou filha está matriculado(a) no ensino público nacional, inclusive secretários e diretores de educação municipais, estaduais ou federal.

Eles próprios sabem o porquê da educação pública se encontrar nesse patamar lamentável. Não são dignos de fazer qualquer comentário sobre educação.

Seus propósitos vão muito além do respeito à educação pública, da valorização do profissional da educação nacional, do respeito à categoria. Apenas mencionam o "termo" em épocas de capanha para benefício próprio. São poucos os homens públicos que estão em cargos de gestão que sejam da área e defendam a categoria. Pode-se contar a dedos. Uma das mãos é suficientemente superior.

"O Ideb tem que servir como instrumento de mudança, mas a divulgação não precisa ser desta forma. O que falta na verdade é investimento em educação”, justifica a deputada Professora Dorinha Seabra (DEM-TO).

A Professora falou da realidade, o que falta é realmente investimento, mas também é contrária à divulgação dos índices em placas, talvez pelo fato de apesar de ser Professora é também deputada e, por isso, seja contra a divulgação.

Um dos que se posicionaram ao contrário foi o especialista em Educação, Gustavo Ioschpe. Para ele, os resultados devem ser divulgados. O especialista chegou até a mostrar um modelo de como poderia ser a placa. “É preciso que os pais saibam a qualidade da escola em que seus filhos estudam”.

Quando o poder público não quer mostrar seu trabalho nesse sentido é porque os investimentos sucumbiram e de certo tiveram um caminho endereçado por eles mesmos que não o da educação. O fato é que os pais conhecem cada um dos professores de seus filhos, sabem da competência e responsabilidades que os mesmos têm para com o ensino por eles prestado, porém, o poder público que também sabe disso, não quer mostrar para os pais o foco do verdadeiro culpado.

As justificativas da Undime e dos deputados contrários à divulgação não convencem a sociedade pelo fato de isso tirar os alunos da escola pública, mas é somente para não apresentar os verdadeiros culpados pelo caos em que a educação se encontra.

É preciso divulgar sim, e mais que isso, se faz necessário que se apresente o verdadeiro culpado. Não precisa ir muito longe.

1. Escolas sem estruturas;
2. Falta de merenda escolar;
3. Falta de livro didático para todos os alunos;
4. Falta de investimento na recreação;
5. Falta de investimento em tecnologia;
6. Falta de valorização dos profissionais da educação;
7. Falta de projetos e estratégias para o sucesso da educação;
8. Etc..etc...etc....e tal...falta de gestores públicos comprometidos com o progresso social...

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